domingo, 17 de abril de 2011

Sociedade e Cidadania... O Mérito, parente pobre da nossa democracia, que na penúria se desvanece e pela ébria fobia das “elites” políticas perece.

O distanciamento dos capazes, com provas dadas, convictos e fundados em valores de seriedade, competência, esforço, transparência e mérito, deve-se à circunstância que reduz a política nacional a um joguete de politiquice barata manuseado por indivíduos mestres (leia-se, doutorados!) na ilusão, intriga e retórica destituída de conteúdo, inviabilizadora de caminhos exequíveis a percorrer.


Por favor acompanhe-me neste raciocínio:

A maior parte de nós prefere a mentiraa proposta descabida que todavia apraz ao ouvido, i.e., ao bolso do eleitor, do que a verdade que não convém. Com efeito, aqueloutros agentes que falam sem floreados tendenciosos, nem tão-pouco almejam um “cargo público de salvação pessoal”, salientando vicíos públicos e malefícios societários para que possam ser expurgados, são entusiástico-cirurgicamente enxovalhados, adjectivados e descredibilizados até ao dia em que a verdade inconveniente se torna demais evidente para ser ocultada com o véu da incompetência dos intocáveis políticos profissionais (prova empírica é o Dr. Medina Carreira).

Mas pense comigo:         

Sendo um particular com uma vida profissional estável e bem sucedida, por via da sua competência profissional, instigada pelo conseguimento académico meritório, irá colocar em risco tudo isto para se experimentar na vida partidária, para mudar o que considera inaceitável? Deixará o seu flanco aberto para que outros, frustrados profissional e academicamente e nos blocos partidários instalados, o ataquem apoquentados com a sua vinda, que coloca em causa a sua hegemonia?

As mais das vezes, presumo, a resposta será não.  O dia a dia o confirma.

Esta é a praxis que mina todo o Poder Executivo e Legislativo, do Estado Central às juntas de freguesia.



Note-se bem, os partidos da, até hoje, santificada “abrilada” são um ninho de ineptos (salvo pontuais honrosas excepções), pessoas que esquadrinham a auto-promoção e afirmação pela projecção que os cargos políticos, que os “poleiros” públicos proporcionam.

 O mérito não entra nas sedes partidárias, apenas a clubite cega, o favor, a cunha, o convénio por uma ajuda em troca de outro empurrão. “Gladiam-se coadjuvando-se” em busca do assalto ao poder (aos cofres do Estado, ao rendimento do contribuinte).     

As estruturas partidárias não devem ser vislumbradas como “catapultas sociais”, direccionadas por aqueles que disputam o prémio de maior bajulador ou demagogo, mas isto sim: Avenidas ao serviço público e nacional, por parte dos indivíduos que emanem potencial capacidade para a utilidade, desenvolvimento sustentado da sociedade.

Será uma falácia tremenda legitimar democraticamente, eleger em que plano for, um qualquer indivíduo que não tenha dado provas profissionais ou académicas de competência! Ademais, preferência seja dada aos laivos de brilhantismo. Ao menos deixa indicações de que geriu a sua vida particular de forma competente. De contrário, nem isso!  
A palavra de ordem tem que ser Mérito! Prova no terreno da qualidade e não atrás de um microfone prometendo, depois não cumprindo, e posteriormente desresponsabilizando.





Breve nota:

Alguns propõem a adaptação, rumo à mudança, mas apenas quando se chegar ao topo… Mas que dignidade nesse procedimento resta para depois apregoar algo que não foi praticado, com o qual, hoje, se afirma não concordar e veemente repudiar?  




Carlos M. G. Martins

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